Finalmente terminei de ler a revista GLAMOUR de setembro. As matérias de comportamento são bem interessantes e ousadas. Pessoalmente, adorei a entrevista da Lívia Laranjeira com o filósofo LUIZ FELIPE PONDÉ, tendo como tema a personalidade narcísica.
Vivemos no século da superexposição, dos superegos. Pessoas anônimas e, na maioria das vezes, sem nenhum talento ou valor a agregar, ganhando espaço nas mídias, graças aos programas de reality shows e redes sociais. Mas porque essa necessidade de se exibir, de ser o centro das atenções?
Para o filósofo, “o narcisista é basicamente um miserável de afeto. Ele vem de um casal miserável de afeto, de pessoas devoradas pelo mercado de trabalho, pela desconfiança mútua entre homem e mulher (…). Em uma estrutura familiar com baixos vínculos, a tendência é de que o filho, como cresceu com pouco investimento afetivo dos pais, também não desenvolva investimento afetivo para dar”. Forma-se, assim, uma pessoa narcísica.
Ele ressalta a importância da construção afetiva dentro da família. O quanto a atenção e o afeto fazem parte da construção da personalidade humana. A ausência desses sentimentos e atos esvazia o sentido da vida, daí a pessoa se transforma em mercadoria, em produto.
Muitos camuflam seu narcisismo com dinheiro e poder. Este, por sinal, é “um dos instrumentos mais eficazes para cobrir a fraqueza de autoestima”.
A matéria disponibiliza, ainda, a carteirinha do narcisista. Interessante para você identificar se você é um narcisista ou não. Por exemplo:
O narcisista tem prazer em exibir o corpo e ser observado;
O narcisista sonha que algum dia escrevam sua biografia e ama ser elogiados;
O narcisista seria capaz de fazer qualquer coisa em um desafio e não mede esforços para ser o centro das atenções.
Vale muito a pena ler essa entrevista. Rende muitas reflexões e bate-papos produtivos!
Imagem 1: obra de Michelangelo Caravaggio