O professor de Ética da ECA-USP, Clóvis de Barros Filho, está bombando na internet, principalmente nos sites de relacionamento, após sua entrevista ao Jô Soares.
Com jeito de showman, traz temas pouco palatáveis para o cotidiano dos internautas. Sabe, como poucos, transformar um prato de caviar em sardinha. Isto é, esmiúça com linguagem popular as grandes questões filosóficas que afligem o homem desde a antiguidade.
Embora só agora seu nome esteja na “boca do povo”, o professor sempre esteve na mídia e nas escolas de cursos rápidos, do tipo Casa do Saber. Na edição do mês de setembro, Clóvis participou da matéria QUANDO DINHEIRO É PROBLEMA, da revista Poder. Apontou 5 razões para não querer ser (muito) rico que a gente traz aqui de forma bem enxuta.
O professor começa dizendo: “eu me atrevo a dizer que os ricos são atravessados por sofrimentos que os pobres nem sonham ter”. Vamos saber quais são os argumentos filosóficos que ele usa para persuadir uma pessoa a não desejar ter tanto?
NÃO AMAR NEM DESEJAR NADA
Baseando-se no pensamento platônico sobre Eros, Clóvis explica que você ama aquilo que deseja e só deseja aquilo que não tem. Sendo assim, o desejo só aparece com a falta. Com esta lógica, ele conclui: a pessoa rica “tem tudo e não deseja nem ama nada e, portanto, leva uma vida infeliz”.
MEDO DE PERDER TUDO
Aqui, ele resgata a teoria do filósofo holandês Bento Espinosa “potência de agir”. Ele traz os dois conceitos de alegria e de tristeza em que este é um estado de menor potência, enquanto aquele é de maior potência. Ter muito dinheiro pode chegar ao estado de temor e/ou medo, localizados na baixa potência. Traduzindo: “o medo do empobrecimento aumenta conforme aumenta a riqueza”.
NÃO SENTIR PRAZER
Seguindo a linha de pensamento do grego Epicuro, para se ter uma boa vida é preciso ter prazer. Só que este prazer deve ser contínuo, sustentável. Entretanto, quanto mais condições materiais se adquire, mais difícil fica ter prazer com coisas simples, pois a pessoa vai sofisticando cada vez mais seus prazeres.
SENTIR-SE SEMPRE INSEGURO
Tendo como base a obra Leviatã, do inglês Thomas Hobbes, o professor mostra que a pessoa que “tem tudo está na mão da eficácia do Estado”, fazendo-o sentir-se inseguro.
TER FALSOS AMIGOS
Por fim, a busca da felicidade – dentro do conceito da ética – pregada por Aristóteles. Como saber o real motivo pela pessoa ser sua amiga: suas virtudes morais ou seus bens que proporcionam bem-estar? Você não ter nenhum bem material, mas ter amigos, sem dúvida o motivo é a sua pessoa. Entretanto, quando outros fatores como bens, dinheiro e status são adicionados, fica difícil perceber o que de fato motiva a pessoa a estar com você.
Se você se encantou com o pensamento do professor-filósofo, Clóvis Barros Filho, sugiro:
- a leitura completa da matéria,
- os cursos que ele realiza na Casa do Saber,
- o site de sua empresa Espaço Ética
- e sua página no Facebook.
Gostaria de ler alguns livros dele? Conheça alguns aqui:
- Filosofia explica as grandes questões da humanidade, editora Casa da Palavra.
- A vida que vale a pena ser vivida, editora Vozes.
- Ética e comunicação organizacional, editora Paulus.
- Ética na comunicação, editora Summus.
- Comunicação do eu: ética e solidão, editora Vozes.
- Comunicação e práticas de consumo, editora Saraiva.