No segundo dia fizemos o passeio à Estância Harberton, pela empresa Piratour, incluindo a visita a Ilha dos Pinguins, o que tornou o passeio mega caro. Mas ir ao fim do mundo e não passear com essas aves fofinhas não faz sentido pra gente. A primeira parada foi num lago – ou seria praia aquilo? – com caminho feito de mexilhões. Fiquei paralisada, pois sou alérgica. O cheiro é muito forte e vi gente catando conchas e mais conchas para depois devolver, pois é proibido pegar qualquer coisa da natureza e no aeroporto a fiscalização é infernal. A água é terrivelmente gelada. Só toquei os dedos da mão e não os senti mais. Credo!
Nossa segunda parada foi numa região alta em que as árvores são todas contorcidas pelo forte vento que castiga a vegetação. Formam-se imagens incríveis.
Agora começa o passeio pela Estancia Harberton de fato. Fomos para o Museo Acatushún que é bem pequeno, mas tem exemplares de várias espécies (mortos, claro) e biólogos para informar, tirar dúvidas e bater-papo. A gente acompanha todo o processo de coleta, catalogação, secagem. Por sinal, o setor de secagem é insuportavelmente fedido. Ah, aproveite para ir ao banheiro aqui!
Agora, finalmente, seguimos para o pequeno porto particular da família para pegamos um bote e seguir para a Ilha dos Pinguins. Haviam me dito que fedia muito a peixe. Não achei. O lugar é realmente um santuário. Eles estão bem protegidos e só se ouve eles brigando. E como brigam! Do nada, um pinguim se levanta e cutuca o bumbum de outro. Pronto, a confusão está armada.
O local recebe, no máximo, 80 pessoas por dia, mas um grupo não pode cruzar com outro para não estressar os animais. Que por sinal, são muito tranquilos, ignoram nossa presença e eventualmente se aproximam, mas não podem ser tocados. Há um caminho seguro para o turista, pois o solo é cheio de buracos onde depositam seus ovos e filhotes para protegê-los das garras das gaivotas que ficam circundando a ilha.
Tivemos a sorte de encontrar um casal de pinguim Rey com seus dois filhotes. A área não é deles, mas os pinguins Magalhães e Papuás são pacíficos e recebem todos bem, segundo informou a guia. Missão cumprida.
Ah, leve comida e bebida, inclusive água! Este passeio, que toma a manhã inteira e parte da tarde, não tem um único lugar para comprar lanche!
E mal chegamos ao porto e já pegamos uma fila quilométrica para pagar a taxa do porto para fazermos o passeio pelo Canal Beagle (este já estava pago). Cuidado com os fura-filas! Ou por não compreenderem a língua ou as regras, ou por falta de educação mesmo, os asiáticos furam mesmo. Daí vem um policial para pôr ordem.
Este passeio é realizado num catamarã grande, com bar e cheio de regras inúteis, como perder o tempo preenchendo ficha com dados pessoais. Ele passa nas “proximidades” das Ilha dos Pássaros, Ilha dos Leões-Marinhos e do Farol. Na prática, só com zoom e com mega lentes para ter uma foto decente desses atrativos turísticos. Voltamos no início da noite, por volta das 19h, mas, como era verão, o sol só se põe por volta das 22h.